Anne-Dauphine Julliand é uma jornalista francesa. Em 2006 descobriu que a sua filha de 2 anos sofria de uma doença genética degenerativa. Thaís era portadora de Leucodistrofia metacromática. Expectativa de vida: 1 ano. Mas a vida sempre nos guarda grandes surpresas. Anne-Dauphine engravidou de outra menina, batizada com o nome bastante peculiar, talvez até mesmo para franceses: Azylis. Assim, em 2007, quase ao mesmo tempo, ela perdia uma filha para uma doença devastadora e ganhava outra que logo após o nascimento foi diagnosticada com a mesma doença da irmã.
Graças a um transplante de medula e tratamentos experimentais, a doença de Azylis progrediu de forma mais lenta e ela sobreviveu por dez anos. Morreu no dia 1 de fevereiro de 2017.
A história é narrada no livro Dois pequenos passos na areia molhada, publicado pela editora Ecclesiae. Por incrível que pareça, não é um livro triste. Anne-Dauphine consegue ser espirituosa e tirar lições valiosíssimas de sua história. Consegue nos fazer rir, chorar e ainda refletir sobre a vida, não de forma melancólica, mas apenas se dando conta da beleza que passa quase sempre desapercebida aos nossos olhos pouco atentos às coisas realmente valiosas.
Curiosamente, eu que derramo lágrimas por qualquer bobagem, passei incólume por este livro. Mas tinha somente uma certeza ao teminar o último parágrafo: se um dia encontrar Anne-Dauphine Julliand pela frente, me jogarei aos seus pés e agradecerei a Deus por existirem pessoas fortes como ela, para compensar as fracas e choronas como eu.